Mês: agosto 2018

Pistolando #006 – Apatridia com Maha Mamo e Ana Luisa Demoraes Campos

Tempo de leitura: 2 minutos Nossa nacionalidade faz parte da nossa identidade. Mas e quando não temos uma pátria? Quais são as consequências legais, culturais, pessoais, de uma situação tão pouco usual? Conversamos com Ana Luisa Demoraes Campos (sim, ela mesma) e com Maha Mamo, que juntamente com sua irmã Souad foram as duas primeiras pessoas na história reconhecidas como apátridas pelo governo brasileiro.

Extra: Vacinas

Tempo de leitura: < 1 minuto

Se você ouviu o episódio anterior, já sabe a nossa posição sobre vacinas – é pra vacinar e ponto final, porra. Felizmente, não estamos sozinhos nessa: o Ministério Público sabe muito bem que tem que vacinar e acabou, e os pais de merda que acham que nhenhenhe num quero vacinar porque vacina não é naturauuuuuuuuuuuuu podem ser punidos exemplarmente, amém Cher. Depois de muitos, muitos e MUITOS telefonemas, conseguimos falar com a promotora Luciana Linero, que concordou lindamente em nos mandar uns áudios pra gente passar pros ouvintes uma informação oficial e atual.

O Thiago deu aquela editada maneira pescando os trechos do episódio anterior pra vocês se situarem no assunto (“no capítulo anterior…”). Já há dúvidas surgindo no Twitter, então pode ser que tenhamos mais atualizações em breve. Enquanto não sanamos essas dúvidas, fiquem com esse microepisódio elucidativo.

Um agradecimento à Patricia, da Assessoria de Imprensa, e a todo mundo com quem eu falei até conseguir chegar à Luciana Linero 🙂

Pistolando #005 – O retorno do sarampo, EUA contra amamentação e retrocessos vários

Tempo de leitura: 2 minutos

Tudo indo ladeira abaixo em tudo que é lugar, porque o ser humano é lixo. Não tem como piorar? Sarampo e pólio estão voltando. Os EUA vão na contramão do bom senso e dizem que amamentação nem é tudo isso. Enquanto o meteoro não chega, conversamos com Maria Marta Tortori, botafoguense e pediatra foda, não necessariamente nessa ordem.

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Por favor, não seja essa pessoa

Tempo de leitura: 5 minutos

O sempre ótimo André Dahmer descrevendo com precisão o nosso tempo atual.

Meu marido tem um amigo absolutamente odioso. Quando nos conhecemos, ao saber que eu era brasileira ele pediu que eu apresentasse uma amiga piranha a ele; sente o nível. Já bateu na ex-mulher, perde dinheiro no jogo naquelas maquininhas de bar, não quer carteira assinada pra poder pagar menos pensão alimentícia à ex-mulher, dá Coca-Cola pro filho desde que ele tava aprendendo a andar, não usa cinto de segurança. Uma pessoa absolutamente odiosa.

Uma vez comentei com meu sogro como eu acho esse cara péssimo. A resposta dele: mas ele é um “gran lavoratore” – ele trabalha duro, não é preguiçoso.

Na minha cabeça só vem aquele desespero – COMO ASSIMMMMMMMMM – porque um cara que bateu na ex-mulher e encontra meios de pagar menos pensão pode trabalhar duro (trabalha), ser lindo e maravilhoso (não é), cheiroso (não é), dirigir super bem (não), ser super inteligente (marromeno), ser culto (não é), não ter chulé (não sei), não roncar (também não sei), cozinhar bem (cozinha), falar várias línguas (não fala), ajudar velhinha a atravessar a rua (não ajuda) – cara, NADA DISSO (NA-DA-DIS-SO) compensa o fato dele ser uma pessoa merda. Absolutamente nada.

Anos atrás o Berlusconi ganhou eleições depois de prometer ao povo que cortaria o IPTU. Ganhou. Cortou o IPTU. Prefeituras se viram do dia pra noite sem receita pra asfaltar ruas, trocar lâmpadas de postes, consertar sinais de trânsito quebrados, pintar as paredes das escolas.

Hoje um amigo médico postou um vídeo do Bolsomerda falando sobre a Revalida e coisa e tal. Uma querida amiga médica, que admitiu estar mal informada em termos de política, disse que pelo menos isso era uma coisa boa, não?

Então. O negócio é o seguinte: votar num fulano que promete coisas somente pra sua classe ESTÁ ERRADO. A gente tem que votar em quem tem propostas pra TODO MUNDO, caralho. Adianta você estar super bem e todo mundo ao seu redor estar na merda?

MERDA RESPINGA

MERDA RESPINGA

MERDA RESPINGA

Quando todo mundo em volta de você está na merda, essa merda em algum momento vai chegar em você. Não tenha a menor dúvida disso. Pode ser sob forma de um trânsito escroto – você não tá apertado no ônibus passando calor e levando encoxada do grandíssimo saco de merda que sabe que pode abusar porque nada vai lhe acontecer por motivos de: patriarcado do caralho, mas por outro lado tá perdendo horas da sua vida parado no trânsito ouvindo música de qualidade duvidosa – dica: se ouvisse podcast já seria menos pior. Pode ser sob forma de uma epidemia qualquer porque o governo não tem mais dinheiro pra distribuir vacinas – você e seus filhos estão vacinados, mas a Carol também tava vacinada e quase certamente teve sarampo quando era pequena. Forma branda, mas né? Desnecessauro. Pode ser sob forma de pivete que vai te assaltar na esquina porque ele não tá na escola, na escola não tem comida, não tem ventilador, os professores faltam, não tem material, então ele não vai. Pode ser sob forma de não poder ir pro churrasco na casa do amigo do outro lado da cidade porque você não vai passar em frente à favela no seu carrão importado sozinha com seu filho na cadeirinha no banco de trás, né? Não esquece de abaixar o pino da porta e de fechar os vidros, por sinal. Pode ser sob forma de sair do carro e receber na cara aquele fedor de uma cidade imunda, ou de torcer o pé na calçada cujas pedras portuguesas nunca foram consertadas, pode ser de inúmeras maneiras. A merda VAI CHEGAR EM VOCÊ, acredita na tia. Detalhe que todos esses argumentos que eu tô dando partem do pressuposto que você não se incomoda com a merda maior, que é saber que tem gente passando fome, morando na rua, pegando 3 conduções pra ir trabalhar, dormindo na frente da escola pra garantir vaga pro filho. Parto do pressuposto que essas coisas não te incomodam tanto quanto ficar preso no trânsito no ar condicionado do seu carro, porque infelizmente a classe média raciocina assim.

Não seja essa pessoa. Não seja a pessoa que cogita a possibilidade de votar em um cara que, além de ser totalmente despreparado e claramente incompetente, está sendo acusado de apologia ao estupro. E sim, foi apologia ao estupro; para e pensa, caralho. Um cara que saudou um torturador. Bicho, não importa o quanto você odeie a Dilma: se você acha que ela mereceu ser torturada, se você acha que um cara que enfiava canos e por ele enfiava ratos na vagina de mulheres merece qualquer coisa além da boa e velha guilhotina, por favor para de falar comigo, porque você é um merda. Se você acha que um cara que disse – porque tem gravado, não é fake news, não é distorção dos fatos – que fez três filhos homens, na quarta fraquejou e saiu menina (FRAQUEJOU E SAIU MENINA, CARALHOS FLAMEJANTES, CÊS NUM TÊM IDEIA DO ÓDIO QUE EU SINTO DESSE MERDA CADA VEZ QUE EU PENSO NOVAMENTE NESSA FALA DELE) merece seu voto, das duas, uma: ou você é conivente, e portanto um merda, ou você não parou pra pensar direito na coisa. Nem vou apelar pro argumento genérico de que todas as mulheres precisam ser respeitadas; vamos pro pessoal, que é a única coisa que costuma resolver com brasileiro: você gostaria que alguém falasse assim da sua mãe, da sua filha, da sua irmã, da sua esposa? Que ela nasceu porque o pai dela fraquejou? Você concorda que ela tem que ganhar menos do que um homem com iguais qualificações porque um dia ela pode engravidar? Você concorda que se ela for feia não merece ser estuprada (o que, do ponto de vista da lógica, significa que se ela for bonita, merece ser estuprada)? Você acha MESMO que essa pessoa merece o seu voto?

Eu não votaria nessa pessoa desprezível e asquerosa, nesse grandíssimo saco de merda, nem que ele fosse o melhor administrador do mundo – coisa que por sinal ele obviamente não é. É um bosta, um incompetente, um imbecil que mama nas tetas do governo há VINTE E FUCKING SETE ANOS sem aprovar uma caceta de um projeto decente, sem realizar nada, sem fazer absolutamente nada de útil, um grandíssimo saco de merda (doravante abreviado como GSM) que botou os filhos pra mamar nas tetas públicas também e tá metido em uma porção de falcatruas de vários tipos que seus eleitores ruminantes insistem em desmerecer.

Quando você vota numa pessoa desprezível do ponto de vista moral, você é conivente com essa falta de moralidade. Você ajuda a dar legitimidade a uma série de comportamentos absolutamente execráveis, porque afinal de contas se o seu líder faz, por que todos não deveriam se sentir no direito de fazer também? Quando você vota num GSM que acha que armar a população é uma boa ideia, o sangue de todo mundo que vai morrer, além do número já absurdo de homicídios totalmente idiotas que já temos, como gente atirando nos outros no trânsito, na boate, no caralho a quatro, vai estar nas suas mãos. Quando você vota num GSM que escolheu um FUCKING GENERAL como vice, um bosta que diz que índios são indolentes e negros são malandros, você tá contribuindo pra aumentar ainda mais o preconceito, o racismo, o sofrimento das minorias. (Depois não reclame se eles se rebelarem. Não confunda a reação do oprimido com a violência do agressor, tá?)

Não seja essa pessoa. Não vote no GSM 1, o Bozo. Não vote no GSM 2, o ladrão de merenda que vai vender o país a preço de banana, o que vai transformar isso aqui numa verdadeira república das bananas estilo América Central. Um dia vocês vão acordar e achar que estão na Nicarágua. Dica: a Nicarágua não é legal.

Não seja a pessoa que a semanas das eleições não tem a menor ideia do que está acontecendo. Informe-se. O momento é crítico e não podemos nos dar ao luxo de estar com a cabeça nas nuvens e desperdiçar nossos votos. Nunca o futuro do país esteve tão em jogo quanto nessas eleições.

Não seja essa pessoa.

Roda viva, o tiro no pé que não deveria mas ainda espanta

Tempo de leitura: 4 minutos

Entre a infinidade de péssimas ideias que eu tenho o costume de ter, talvez a mais idiota tenha sido criar um fake pra monitorar a extrema direita e olha, fui ver depois do Roda Viva do Bolsonaro e não tem boa notícia lá não…

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Pistolando #004 – Bang Bang

Tempo de leitura: 2 minutos

O que fazer quando deu ruim a gravação com o convidado mara? Pistolagem livre, obviamente, até porque não falta notícia pra deixar a gente puto. Bora lá se irritar juntos, porque afinal de contas é pistolando que a gente se entende.

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