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Pistolando #010 – Editorial Final das Eleições #PodosferaAntifascista

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Demoramos uma semana até gravar isso, precisávamos de um tempo para digerir tudo o que estava acontecendo.

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Pistolando Extra: A Ascensão do Nazismo

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Sabe aquele? O inimigo do Indiana Jones, da Anne Frank, do Capitão América? O que você sabe MESMO sobre o nazismo além do que estudou pro vestibular e viu na cultura pop? O que o Brasil de 2013 pra cá tem a ver com a Europa em 1932 e que influência isso tem com a nossa situação atual? Quem formava a resistência e como podemos resistir hoje? Conversamos com Maria Visconti, historiadora que entende dos paranauês.

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Extra: Pistolando com Fumaça – Geringonça, Um Experimento Português

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Impossível você não querer saber o que é uma coisa com esse nome. Acredite, é MUITO mais interessante do que parece – trata-se do apelido dado ao governo que assumiu Portugal em 2014, numa coalizão inédita de partidos de esquerda. Como funciona esse negócio? Algo semelhante seria possível no Brasil? Conversamos com o Pedro Miguel Santos, do podcast Fumaça, porque somos internacionais, bêibi.

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Editorial: 2º Turno das Eleições

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Sejam todos bem-vindos a esse breve editorial do Pistolando Podcast. Para quem já acompanha o nosso trabalho já deve ser bem óbvia a nossa posição com relação ao segundo turno das eleições presidenciais, mas vivemos tempos tão malucos que pensamos que o óbvio também precisa ser dito e reafirmado.
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Pistolando #009 – Aquífero Guarani e Gestão Hídrica

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Já dizia Platão, “quem tem um aquífero tem um tesouro”. O que raios é um aquífero e por que todo mundo tá de olho neles? O que exatamente aconteceu durante a “crise” hídrica em São Paulo, magistralmente (cof cof) gerida pelo governo Alckmin? Nosso futuro é um mundo Mad Max? Falamos com Vitor Ferreira, do Terra Negra.

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Guia de sobrevivência ao almoço de domingo – Parte 6: Defesa nacional

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Olá, amiguinhos, estamos de volta para mais uma parte da análise do plano de governo de Bolsonaro. O último, além de ficar longo, deu um puta trabalho pra levantar os dados, então esse aqui vai ser um pouco mais curto e vai ter muita lição de história.

DEFESA NACIONAL

Garantia da Lei e da Ordem
Dentre instituições, grupos, pessoas ou atividades, que tiveram sua imagem atacada pela doutrinação ideológica de esquerda, certamente as Forças Armadas do Brasil estão entre as que mais sofreram.
Houve clara intenção de desconstruir a imagem desta espinha dorsal da Nação, afinal, elas são o último obstáculo para o socialismo.
Saliente-se que as Forças Armadas do Brasil tem uma História que nos orgulha. Por exemplo, heróis brasileiros lutaram contra o Nacional Socialismo na Segunda Guerra Mundial. Fomos o único país da América Latina a lutar contra os Nazistas. Posteriormente, outros heróis impediram a tomada do poder por forças de esquerda que planejavam um golpe comunista no Brasil em 1964, conforme o editorial: Julgamento da Revolução – O GLOBO, 7 de outubro de 1984.
Atualmente, a Nação olha para as Forças Armadas como garantia contra a barbárie.

Bolsonaro cita uma suposta difamação da imagem dos militares por um conceito muito vago de esquerda. Uma pena que seja lá onde ele estudou deve ter dormido nas aulas de história. Vamos recapitular?

  • 12/11/1823, a “Noite da Agonia”: Quando Karl Marx tinha apenas 5 anos e o Brasil apenas 1 ocorreu o primeiro golpe da pátria independente. Dom Pedro I ordenou um cerco e a prisão e exílio dos deputados constituintes liberais, formando logo depois um novo conselho composto apenas por conservadores da sua confiança. A quem foi ordenada tal atitude golpista? A eles, claro, os militares.
  • 23/07/1840, o Golpe da Maioridade: 34 anos do nosso bom velhinho terminar O Capital, lá estava o Brasil metido em outro rolo. Dom Pedro I abdicou do trono, seu filho ainda cheirarava a leite e a briga entre liberais e conservadores estava no auge. Em suma, fizeram a cabeça do moleque pra assumir logo e às favas a Constituição, que só permitiria a ascensão ao trono após os 18 anos completados.
  • 15/11/1889, a Proclamação da República: Mais uma vez tivemos paticipação direta dos militares. Marechal Deodoro da Fonseca foi persuadido a marchar contra seu mui amigo Dom Pedro II após Benjamin Constant e outros positivistas da época dizerem a ele que Gaspar da Silveira Martins, seu desafeto declarado, seria nomeado comandante do exército. Ah, é era mentira.
  • 03/11/1891, O Golpe de Três de Novembro: O mesmo Marechal Deodoro da Fonseca acaba eleito presidente pelo voto indireto e na data referida dissolveu o congresso nacional numa canetada e declarou estádio de sítio no país.
  • 23/11/1891, A Primeira Revolta da Armada fez sua principal vítima. Marechal Floriano Peixoto assume após a renúncia de Deodoro. A consituição da época regia que se o presidente deixasse o cargo em menos de um ano de sua eleição, deveriam haver novas eleições. Floriano não deu a mínima para os dispositivos constitucionais e permaneceu no cargo. 2 anos de república e 3 golpes de militares; que fase…
  • A Revolução de 30: Após uma eleição fraudada para que Júlio Prestes fosse o sucessor de Washington Luís, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba não aceitaram o resultado, e no vuco-vuco que se sucedeu João Pessoa, então governador da Paraíba, foi morto. Foi a gota d’água para que setores militares embarcassem no bonde golpista de colocar Getúlio Vargas na cadeira. Segue um trecho:“[…] detinha a superioridade militar sobre os revoltosos, mas faltava ao alto-comando vontade para defender a legalidade. Os chefes militares sabiam que as simpatias da jovem oficialidade e da população estavam com os rebeldes. Uma junta formada por dois generais e um almirante decidiu depor o presidente da República e passar o governo ao chefe do movimento revoltoso, o candidato derrotado da Aliança Liberal. Sem grandes batalhas, caiu a Primeira República, aos 41 anos de vida.”
    (Carvalho, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. p. 100).
  • O “Estado Novo”: Não perca as contas, ja estamos no sétimo golpe! Em 1937 o General Olímpio Mourão Filho fez uma presepada, inventou um tal de Plano Cohen inexistente e nele dizia que estava em curso uma possível tentativa de revolução socialista – na época o socialismo e o tenentismo afloravam no Brasil. Em 30 de setembro de 1937 o General Eurico Gaspar Dutra declara Estado de Guerra e cassa os direitos constitucionais. Em 10 de novembro é fechado o Congresso Nacional sob aplausos dos integralistas (uma versão tupiniquim do fascismo). Nada de eleições previstas para 38; a ditadura Vargas vai até 1945.
  • A Deposição de Vargas: Praticamente os mesmos militares que apoiaram o golpe de 1937 tiraram Vargas do cargo em 1945. Enquanto Getúlio tentava fazer uma transição para manter tudo dentro das suas vontades, a pressão popular ia apertando. Quando Gegê afastou o chefe de polícia do Distrito Federal, João Alberto Lins de Barros, e pôs em seu lugar seu próprio irmão, o General Góis Monteiro, que o havia ajudado em 1930, reagiu ao gesto de Vargas e mobilizou tropas no Distrito Federal. Góis e Dutra exigiram a renúncia, mas tudo que ganharam foi um cadáver martirizado.
  • 01/04/1964 O Golpe Militar: Esse eu vou me abster de comentar. Foram 21 anos de cerceamento de liberdades e todo o tipo de crime sob o pretexto de um fantasma do socialismo que jamais chegou perto de tomar o poder.

Nos nossos últimos NOVE Golpes de Estado apenas um não teve o envolvimento direto de setores das forças armadas. Diferente do que o candidato diz, as forças armadas não são “o último obstáculo para o socialismo”, mas sim o último obstáculo para a Democracia.

DEFESA NACIONAL

Segurança das Fronteiras
Devemos recuperar as condições operacionais de nossas Forças Armadas, com a valorização e a proteção de seus integrantes!
Diante das crises, nossos combatentes precisam de equipamentos modernos, não somente de veículos e armas. Ameaças digitais já são presentes. Nossas Forças Armadas precisam estar preparadas, através de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, com a participação das instituições militares no cenário de combate a todos os tipos de violência.
Além disso, no papel de consolidação nacional, devemos lembrar da participação das Forças Armadas no processo de atendimento da saúde e da educação da população, principalmente em áreas remotas do país.
As Forças Armadas terão um papel ainda mais importante diante do desafio imediato no combate ao crime organizado, sendo importante buscar uma maior integração entre os demais órgãos de segurança pública, principalmente na estratégia de elevar a segurança de nossas fronteiras.
Teremos em dois anos um colégio militar em todas as capitais de Estado.

Aqui basicamente só aparecem frases inócuas de exaltação das forças armadas, é o popular “jogar pra torcida”. A única coisa que é digna de nota aqui é o tal colégio militar. Sobre isso eu não vou fazer textão não, vou colocar um vídeo do Le Monde Diplomatique que é mil vezes melhor do que eu:

SUFOCAR A CORRUPÇÃO

• Transparência e Combate à Corrupção são metas inegociáveis.
• Como pilar deste compromisso, iremos resgatar “As Dez Medidas Contra a Corrupção”, proposta pelo Ministério Público Federal e apoiadas por milhões de brasileiros, e encaminhá-las para aprovação no Congresso Nacional.

Quando eu penso que já tava acabando o texto chegam as tais “As Dez Medidas Contra a Corrupção”. Não vai ter jeito, vamos ter que destrinchar. As tais medidas estão cheias de falácias e não tem como passar batido por elas.

Pra começar as 10MCC são referenciadas como se fossem um documento plural, contruído pelo MPF juntamente com a sociedade – ao menos é o que o site diz, mas “curiosamente” não há lugar algum em que você consiga acessar a íntegra dos documentos a não ser pelo site do 10MCC que, para a surpresa de ninguém, é do MPF!  Fique à vontade para procurar quem é essa sociedade que ajudou, não vai chegar a lugar algum. Há um problema nisso? Não exatamente, não é nada ilegal, mas essa maquiagem de iniciativa popular, convenhamos, não é a coisa mais moral do mundo.

Outra forma utilizada para legitimar as tais 10 medidas é dizer que elas têm como respaldo 2 milhões de assinaturas em um abaixo-assinado, mas vamos lá, se alguém te para na rua e diz que tem um abaixo-assinado que é contra a corrupção você deixaria de assinar? Quem diabos é a favor da corrupção??? É uma retórica baixa.

Eu poderia fazer um texto gigante sobre essas medidas ou até mesmo quem sabe elas virem um episódio do nosso podcast, eu só vou deixar aqui uma situação pra mostrar o quão absurdo é o projeto.

Vamos pegar o que está no anteprojeto do primeiro ato, o teste de integridade:

“Art. 3º Os testes de integridade consistirão na simulação de situações sem o conhecimento
do agente público, com o objetivo de testar sua conduta moral e predisposição para cometer ilícitos
contra a Administração Pública.”

Basicamente o que vai rolar? Lembra do teste de fidelidade do João Kléber? É basicamente isso, mas ao invés de uma modelo sensual forçando a barra pra cima de um garotão com namorada seria um policial disfarçado esfregando dinheiro na cara de um servidor público mal remunerado. E eu não tô inventando não, tem até artigo mandando filmar quando possível. A ideia é provocar uma situação pra cima do servidor forçando uma barra pra ele aceitar algum tipo de vantagem, financeira ou não e ser pego com a boca na botija.

Talvez você esteja achando interessante né? Bem, tudo terá de ser previamente comunicado e é vedada a realização dos testes com juízes e cargos de alto escalão, afinal todos sabem que quem fez o Petrolão, os escândalos de Furnas e do metrô de SP foram os almoxarifes e contínuos, né?

A medida é um ornitorrinco que mesmo que tivesse boa intenção possui várias falhas e abre precedentes para excessos. Ou você acha que não rolaria de plantar uma grana na sala daquele secretário que almoça com a turma do sindicato pra incriminá-lo e tirar do caminho? Achou exagerado? É porque você não conhece o modus operandi de alguns outros servidores públicos por aí… [¹] [²]

 

Esse texto é parte de uma série. Não deixe de ver os nossos outros textos sobre o tema:

Introdução
Parte 1: “O Brasil livre”
Parte 2: “Mais Brasil, menos Brasília
Parte 3: Estrutura e gestão
Parte 4: Linhas de ação
Parte 5: Mentiras da esquerda
Parte 6: Defesa nacional
Parte 7:  Saúde
Parte 8: Educação (EM BREVE)
Parte 9: Inovação, ciência e tecnologia (EM BREVE)
Parte 10: Economia (EM BREVE)
Parte 11: Economia 2 (EM BREVE)
Parte 12: Economia 3 (EM BREVE)
Parte 13: Economia 4 (EM BREVE)
Parte 14: Economia 5 (EM BREVE)
Parte 15: Agricultura e Infraestrutura (EM BREVE)
Parte 16: Energia, petróleo e gás (EM BREVE)
Parte 17: Tranportes, portos e aviação (EM BREVE)
Parte 18: O novo Itamaraty (EM BREVE)

Guia de sobrevivência ao almoço de domingo – Parte 7:  Saúde

Tempo de leitura: 5 minutos

Falou em saúde e educação, eu entro em campo! Então lá vamos nós:

SAÚDE E EDUCAÇÃO

A SAÚDE DEVERIA SER MUITO MELHOR
Com o valor que o Brasil já gasta!
Abandonando qualquer questão ideológica,
chega-se facilmente à conclusão que a
população brasileira deveria ter um
atendimento melhor, tendo em vista o
montante de recursos destinados à Saúde.
Quando analisamos os números em termos
relativos, o Brasil apresenta gastos
compatíveis com a média da OCDE, grupo
composto pelos países mais desenvolvidos.
Mesmo quando observamos apenas os
gastos do setor público, os números ainda
seriam compatíveis com um nível de bem
estar muito superior ao que vemos na rede
pública.
É possível fazer MUITO mais com os
atuais recursos!
ESSE É NOSSO COMPROMISSO!

A saúde é uma bosta blá blá blá poderia ser melhor blá blá blá Whiskas sachê.  Gastaram um parágrafo inteiro pra falar o óbvio. Todo mundo sabe que a saúde pública fica muito aquém do que deveria, apesar do SUS ser um projeto MARAVILHOSO elogiado no mundo inteiro. Quantos outros países no mundo oferecem serviços de saúde totalmente gratuitos? Lembrando que em muitos outros ele é pago E ruim ao mesmo tempo. O SUS deve ser defendido com unhas e dentes, mas isso requer investimento. Coisa que o programa do Bozo já disse que não vai fazer (veja aqui e aqui). Eles dizem que é possível fazer muito mais com os atuais recursos (mais uma vez mostrando que não pretendem aumentar os investimentos no SUS). Como vão fazer isso?

SAÚDE NA BASE

O Prontuário Eletrônico Nacional Interligado será o pilar de uma saúde na base informatizada e perto de casa. Os postos, ambulatórios e hospitais devem ser informatizados com todos os
dados do atendimento, além de registrar o grau de satisfação do paciente ou do responsável. O cadastro do paciente reduz custos ao facilitar o atendimento futuro por outros médicos, em outros
postos ou hospitais. Além disso, torna possível cobrar maior desempenho dos gestores locais.

Ótima ideia informatizar tudo, super maneiro, fica bonitão, o computador lá, o médico cutucando a tela do tablet, todo disruptivo, pipipi popopó. Mas vem cá… O Brasil tem internet confiável, estável, difusa em todo o seu território? O posto de saúde lá nos cafundós do Amazonas vai ter prontuário digital?

E essa deveria mesmo ser a prioridade pra melhorar o SUS?

Credenciamento Universal dos Médicos: Toda força de trabalho da saúde poderá ser utilizada pelo SUS, garantindo acesso e evitando a judicialização. Isso permitirá às pessoas maior poder de escolha,
compartilhando esforços da área pública com o setor privado. Todo médico brasileiro poderá atender a qualquer plano de saúde.

“Todo médico brasileiro poderá atender a qualquer plano de saúde” na verdade quer dizer “todo médico brasileiro vai ter que ceder às compensações risíveis que os planos de saúde pagam aos profissionais, porque senão não conseguem trabalhar”. Poder de escolha coisa nenhuma – médico forçado a trabalhar por migalhas vai atender igual à cara dele, e não tiro a razão dele não.

 

PREVENIR É MELHOR E MAIS BARATO

Mais Médicos: Nossos irmãos cubanos serão libertados. Suas famílias poderão imigrar para o Brasil. Caso sejam aprovados no REVALIDA, passarão a receber integralmente o valor que lhes é
roubado pelos ditadores de Cuba!

Além da Revalida, sugiro apertar mais o Provão e a fiscalização das faculdades, porque o que tem de faculdade de medicina formando médicos péssimos no Brasil não tá no gibi. Temos uma legião de médicos que na verdade são técnicos em medicina incapazes de tratar os pacientes com gentileza, de dar atenção às queixas, de aceitar críticas, de ouvir outras opiniões, de trabalhar em harmonia com a equipe de enfermagem e com outros profissionais de saúde, que eles consideram inferiores. Uma legião de médicos que escrevem tudo errado, cometem erros inacreditáveis, são negligentes e jamais deveriam estar exercendo, mas estão, pois têm um diploma de uma faculdade vagabunda nas mãos. Prepara um Provão bem difícil, enche as faculdades de fiscais, faz avaliações severas e você vai ver quantas faculdades de bosta vão fechar. Vão sobrar bem poucas particulares, digo com tranquilidade.

 

Médicos de Estado: Será criada a carreira de Médico de Estado, para atender as áreas remotas e carentes do Brasil

Já existem programas pra mandar médicos pra regiões remotas do país; tenho colegas que trabalharam em cidades microscópicas em áreas de floresta e tal. Ninguém quer ir, porque ninguém em sã consciência quer morar num lugar remoto, sem infra nenhuma, sem conforto, sem nada pra fazer. Além de médicos, esses lugares remotos precisam de infraestrutura, que não está prevista no programa. Obviamente, o programa não especifica como será essa carreira, quem vai fazer parte dela, de onde virão os fundos pra custeá-la, como serão definidos os locais pra onde serão mandados esses profissionais. Mais uma frase absolutamente vazia, desprovida de significado.

 

Os agentes comunitários de saúde serão treinados para se tornarem técnicos de saúde preventiva para auxiliar o controle de doenças frequentes como diabetes, hipertensão, etc.

Legal, medicina preventiva. Já existem agentes comunitários treinados (também) pra saúde preventiva. São poucos, ganham pouco e contam com pouca infraestrutura. Quais são os planos pra mudar esse quadro? Nenhum, ao que parece, pois o plano não especifica.

 

UM EXEMPLO DE PREVENÇÃO

Saúde bucal e o bem estar da gestante. Estabelecer nos programas neonatais em todo o país a visita ao dentista pelas gestantes. Onde isso foi implementado , houve significativa redução de prematuros.

Saúde bucal é importante pacas, eu sei. Boa saúde bucal reduz o tempo de internação em UTI, por exemplo. Mas e aí? Do que mais precisamos, além de reduzir a incidência de bebês prematuros? Por que essa obsessão com a saúde bucal? Ele deve ter lido algo sobre isso em algum lugar, achou chique e agora enfia isso em tudo o que é debate e conversa.

 

Outro exemplo será a inclusão dos profissionais de educação física no programa de Saúde da Família, com o objetivo de ativar as academias ao ar livre como meio de combater o sedentarismo e a obesidade e suas graves consequências à população como AVC e infarto do miocárdio.

Interessante. Onde serão essas academias ao ar livre? Nas muitíssimas (cof cof) áreas verdes das nossas cidades, visto que somos um país que preza muitíssimo pelos seus parques (cof cof)? Que horas as pessoas irão fazer atividade física?  Antes ou depois de pegar a primeira de três conduções pra ir pro trabalho ou pra voltar pra casa? Quem vai ficar com os filhos dessas pessoas enquanto elas malham? Vai haver educação alimentar pra esses cidadãos? Porque todo mundo tá careca de saber que alimentação, estresse, fumo, consumo de álcool são fatores tão importantes quanto o sedentarismo pra manutenção da saúde. O que será feito pra reduzir o estresse das pessoas? Dica: cortar o décimo-terceiro salário NÃO reduz o estresse.

Mais um bloco do programa que não diz absolutamente nada. Nada, nada, nada. Um grande vazio de ideias habitado por frases feitas desprovidas de significado, que um macaco mais espertinho seria capaz de formar usando aqueles kits de palavras magnéticas pra colar na porta da geladeira.

 

Esse texto é parte de uma série. Não deixe de ver os nossos outros textos sobre o tema:

Introdução
Parte 1: “O Brasil livre”
Parte 2: “Mais Brasil, menos Brasília
Parte 3: Estrutura e gestão
Parte 4: Linhas de ação
Parte 5: Mentiras da esquerda
Parte 6: Defesa nacional
Parte 7:  Saúde
Parte 8: Educação (EM BREVE)
Parte 9: Inovação, ciência e tecnologia (EM BREVE)
Parte 10: Economia (EM BREVE)
Parte 11: Economia 2 (EM BREVE)
Parte 12: Economia 3 (EM BREVE)
Parte 13: Economia 4 (EM BREVE)
Parte 14: Economia 5 (EM BREVE)
Parte 15: Agricultura e Infraestrutura (EM BREVE)
Parte 16: Energia, petróleo e gás (EM BREVE)
Parte 17: Tranportes, portos e aviação (EM BREVE)
Parte 18: O novo Itamaraty (EM BREVE)

Pistolando #008 – Pré-sal e a soberania do Brasil

Tempo de leitura: 2 minutos

 

Volta e meia esse paranauê do pré-sal volta, mas a gente tem certeza que você, assim como nós, não sabe exatamente do que se trata nem as implicações desse negócio pro Brasil. Aproveitamos e falamos um pouco sobre a Petrobras com os lindíssimos Amanda Ferrari e José Cláuver. Quem diria que um papo sobre petróleo seria tão interessante?

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Guia de sobrevivência ao almoço de domingo – Parte 5: “Mentiras da esquerda”

Tempo de leitura: 7 minutos

Opa! Estamos de volta pra continuar a nossa saga pelo território inóspito de ideias chamado “Projeto Fênix”. Se segura que só pelo título esse aqui já promete!

MENTIRAS DA ESQUERDA

“a polícia é a que mais mata“
• O Brasil está em Guerra. Veja o título do recente documentário da Globo: “A Guerra do Brasil”!
• Segundo o IBGE, criminosos praticaram oficialmente 62.517 homicídios no Brasil em 2016.
• Intervenções policiais legais resultaram em 1.374 mortes em 2016.
• Apenas 2% de mortes violentas no Brasil estiveram associadas com ações policiais.
• Tais ações estão concentradas em dois Estados: Rio de Janeiro, com 538 mortes; e Bahia, com 364 mortes. Juntos, totalizam 66% das mortes! Retirando-se esses dois Estados, em 2016 as mortes violentas no Brasil associadas com ações policiais seriam 472, um número inferior a 1% do total

OK, logo depois do título que afirma que a esquerda mente vem a frase entre aspas “a polícia que mais mata”, isso já nos leva a crer que essa afirmação é mentirosa. Bem, se ele realmente acredita que esses dados são mentirosos é melhor ele ir reclamar com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública ou então com a Anistia Internacional. Vamos vencer essa frase a coisa ainda vai longe e não dá pra simplesmente enfiar os dados na cabeça de quem teima no negacionismo.

Essa segunda frase é sensacional! Você deve acreditar que o Brasil está em guerra, por qual outro motivo a Globo faria um documentário chamado “A Guerra do Brasil”? Acabei de ver que tem um documentário chamado “BR-101: A rodovia de muitos ‘Brasis'”. Será que todos os movimentos separatistas lograram êxito e eu não fiquei sabendo?

Em tempo: afinal a Globo mente ou fala a verdade? Matéria dela só serve quando convém?

Eu não deveria, mas como eu sou um cara muito legal, eu vou passar pro JB os números reais e atualizados das mortes decorrentes de intervenções policiais em 2017 (francamente, PSL, eu sozinho faço uma pesquisa melhor que a equipe de planejamento presidencial de vocês, que vergonha). Em números absolutos foram 5.169 mortes, um número mais de 3,76 vezes maior que o publicado no plano de governo de Bolsonaro. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A GUERRA NO BRASIL SERÁ VENCIDA!

NOSSOS HERÓIS SERÃO LEMBRADOS!
• Enquanto a esquerda está preocupada com as mortes associadas a ações policiais, segundo a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB), foram mortos 493 policiais em 2016! Em 2017 esse total subiu para 552 e, infelizmente, tudo indica que teremos ainda mais policiais mortos em 2018.
• São Heróis Nacionais que tombaram e foram esquecidos pelos atuais governantes nesta Guerra do Brasil! Um dos compromissos será lembrar o nome de cada um desses guerreiros! Suas famílias serão homenageadas e cada um desses heróis terá seu nome gravado no Panteão da Pátria e da Liberdade!
Nós brasileiros agradecemos aos heróis e suas famílias pela  coragem e pelo sacrifício que fizeram! Que seus nomes nunca sejam esquecidos!

Uma coisa que me mata de agonia nesse ufanismo militarista todo é a quantidade de exclamações e gritos de guerra. Um saco tentar argumentar quando o outro lado só tá gritando frases motivacionais. Se essa porra resolvesse alguma coisa era só dar um megafone na mão do augusto Cury e o Brasil virava a Suíça.

Diferentemente do candidato, que costuma trocar de órgão para o que melhor apetece a sua visão de mundo, eu vou continuar a fazer a análise com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2018. Nele consta que o número de policiais vítimas de homicídio foi de 386 em 2016 e 367 óbitos em 2017. Claro que o número não deixa de ser trágico; é lamentável ver trabalhadores mal remunerados e pouco capacitados perdendo suas vidas num combate sem sentido, mas aqui vou continuar me atendo aos dados do candidato e o fato é que os dados informados por Bolsonaro são, respectivamente, 27% e 50% maiores do que o reportado. Tire suas próprias conclusões. Pra mim isso aí é desonestidade.

A melhor forma de honrar cada um dos caídos nessa grande idiotice chamada guerra às drogas é, de uma vez por todas, evitar que outros trabalhadores trilhem o mesmo caminho. Isso passa inevitavelmente por reorientar a política de drogas no país. E se você não acredita nisso, saiba que não sou em quem diz. Esse é o sexto ponto da agenda “Segurança Pública é a Solução”, criada pelo mesmo Fórum Brasileiro de Segurança Pública citado anteriomente.

PRENDER E DEIXAR NA CADEIA SALVA VIDAS!

Mato Grosso do Sul, São Paulo e Brasília são os que mais prendem e os que mostram avanços…
http://www.justica.gov.br/news/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf

OUTRO EXEMPLO DE MUDANÇA IDEOLÓGICA

Combater o ESTUPRO de mulheres e CRIANÇAS!

Ué, se prender salva vidas e nós temos a terceira maior população carcerária do mundo, por que é que não somos o terceiro país mais seguro do mundo? Essa falácia foi tão fácil de desmentir que não deu nem graça, mas aqui a ideia não é ficar jogando frase de efeito pra cair oclinhos na cara e virar um meme babaca, então vamos usar números: no 10º Anuário de Segurança Pública de 2016 foi registrada uma população carcerária de 584.361 detentos; em 2018 o mesmo relatório apresenta o número de 729.551 presos, um aumento de quase 25%. Vejamos os outros crimes citados:

Homicídios: de 52.463 para 55.900, aumento de 6,5%

Roubo e furto de veículos: de 242.097 para 276.371, aumento de 14%

Estupros: de 55.070 para 61.032, aumento de 10%

Você, leitor, se sente mais seguro agora? Se a atual política de encarceramento não vem funcionando, o que é que faz o candidato acreditar que a dele fará?

CONCLUSAO (sic)

Os números comprovam que o extermínio de brasileiros é realizado pelos criminosos!
Para reduzir os homicídios, roubos, estupros e outros crimes:
1º Investir fortemente em equipamentos, tecnologia, inteligência e capacidade investigativa das forças policiais,
2º Prender e deixar preso! Acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias!
3º Reduzir a maioridade penal para 16 anos!
4º Reformular o Estatuto do Desarmamento para garantir o  direito do cidadão à LEGÍTIMA DEFESA sua, de seus familiares, de sua propriedade e a de terceiros!
5º Policiais precisam ter certeza que, no exercício de sua atividade profissional, serão protegidos por uma retaguarda jurídica. Garantida pelo Estado, através do excludente de ilicitude. Nós brasileiros precisamos garantir e reconhecer que a vida de um policial vale muito e seu trabalho será lembrado por todos nós! Pela Nação Brasileira!
6º Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas no território brasileiro.
7º Retirar da Constituição qualquer relativização da propriedade privada, como exemplo nas restrições da EC/81.
8º Redirecionamento da política de direitos humanos,  priorizando a defesa das vítimas da violência.

Dava pra falar bastante sobre cada um desses pontos mas vamos nos ater a só alguns, até porque o texto já está muito longo e ainda faltam mais 13 partes.

Vale tomar algum tempo pra se falar do tal “excludente de ilicitude”. Esse mecanismo legal já existe no nosso código penal e diz o seguinte:

Art. 23

“Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo Único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.”

Art. 24

“Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
    §1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
    §2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.”

Ou seja, matar uma pessoa é crime mas se essa pessoa estiver sob as circunstâncias acima tudo é relativizado. Pelas características da lei já se pode notar de que ela é traada como uma exceção, uma previsão jurídica de uma situação que eventualmente pode acontecer mas não é o ideal (bem, dá pra falar disso de todo o código penal). O problema aqui é que Bolsonaro trata essa prerrogativa como uma regra, sendo assim não é nenhum exagero dizer que o que ele propõe é dar uma licença para matar. a afirmação de que “precisamos garantir e reconhecer que a vida de um policial vale muito” não passa de um espantalho para uma falsa simetria em que a vida de um policial vale mais que a de qualquer pessoa suspeita de um crime, seja ela inocente ou não.

Lembra do papo que bandido bom é bandido morto? Então, senta aqui e leia esse texto. O excludente de licitude dá a qualquer criminoso que se esconda atrás de uma farda a possibilidade de escapar de prisões preventivas e a liberdade provisória mesmo se pego em flagrante. Parece uma boa ideia pra você?

A questão sobre o direito de propriedade também é bem sintomática. Eu realmente fiquei espantado de nenhum adversário estar batendo nisso. Vejamos o que é a tal EC/81 que ele quer derrubar:

“Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.”

Já sabemos que o candidato não é um defensor das drogas. O que sobrou na lei? O trabalho escravo. Pra evitar qualquer tipo de confusão sobre o que a legislação brasileira considera trabalho escravo, vamos ver direto da fonte:

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

– cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.”

Não há a mínima possibilidade de achar esse texto dúbio. Juntando os pontos, dá pra concluir que Bolsonaro é contra retirar as terras de um proprietário que tenha comprovadamente usado mão de obra de pessoas escravizadas em sua plantação, uma pessoa que tem sangue nas mãos.

Entre escolher entre a dignidade dos trabalhadores e a propriedade privada, Bolsonaro já fez a sua escolha. Eu não consigo expressar em texto o tamanho do meu ódio.

Esse texto é parte de uma série. Não deixe de ver os nossos outros textos sobre o tema:

Introdução
Parte 1: “O Brasil livre”
Parte 2: “Mais Brasil, menos Brasília
Parte 3: Estrutura e gestão
Parte 4: Linhas de ação
Parte 5: Mentiras da esquerda
Parte 6: Defesa nacional
Parte 7:  Saúde
Parte 8: Educação (EM BREVE)
Parte 9: Inovação, ciência e tecnologia (EM BREVE)
Parte 10: Economia (EM BREVE)
Parte 11: Economia 2 (EM BREVE)
Parte 12: Economia 3 (EM BREVE)
Parte 13: Economia 4 (EM BREVE)
Parte 14: Economia 5 (EM BREVE)
Parte 15: Agricultura e Infraestrutura (EM BREVE)
Parte 16: Energia, petróleo e gás (EM BREVE)
Parte 17: Tranportes, portos e aviação (EM BREVE)
Parte 18: O novo Itamaraty (EM BREVE)

É isso mesmo que você quer para o país? Se não for, não deixe de compartilhar esse texto com seus amigos (ou não), e se estiver dentro das suas possibilidades considere auxiliar financeiramente o nosso humilde projeto. Com apenas 5 reais você nos ajuda demais a manter os custos e a qualidade do trabalho aqui feito.

 

Guia de sobrevivência ao almoço de domingo – Parte 4: Linhas de ação

Tempo de leitura: 6 minutos

Já que a gente se meteu nessa enrascada por iniciativa própria, simbora continuar essa série pra terminar o quanto antes. A palavra chave de hoje é: segurança.

LINHAS DE AÇÃO

SEGURANÇA E COMBATE À CORRUPÇÃO: enfrentar o crime e cortar a corrupção.
SAÚDE E EDUCAÇÃO: eficiência, gestão e respeito com a vida das pessoas. Melhorar a saúde e dar um salto de qualidade na educação com ênfase na infantil, básica e técnica, sem doutrinar.
ECONOMIA: Emprego, Renda e Equilíbrio Fiscal. oportunidades e trabalho para todos, sem inflação.

“Enfrentar o crime e cortar a corrupção”, baita proposta, hein! Como ninguém pensou nisso antes, não é mesmo?

Esse slide não tem nenhuma informação digna de nota, todos esses assunto serão melhor (?!) abordados no futuro, então vamos ignorar por enquanto.

SEGURANÇA E COMBATE À CORRUPÇÃO

SEGURANÇA E COMBATE À CORRUPÇÃO
A Globo, em seu documentário A Guerra do Brasil (dezembro de 2017), chama atenção para alguns números:

  • 60 mil homicídios por ano, mais que 92 países juntos. Muito acima dos 14 mil homicídios dos EUA, que têm uma população 50% maior que a nossa.

  • No Brasil, 786 mil pessoas foram assassinadas entre 2001 e 2015.

  • Na Guerra do Iraque, entre 2003 e 2017, foram mortas 268 mil pessoas; Na Síria, de 2011 a 2017: 330 mil.

  • Segundo o documentário, os culpados são: as armas de fogo, que causam 7 em cada 10 mortes.

  • O documentário indica os 5 primeiros colocados no ranking de piora: Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará, Bahia e Ceará, porém, deixa no ar a razão da piora.

  • Menciona a melhora substancial que a Colômbia teve, pois reduziu em 70% os homicídios, porém, não diz as causas disso.

Desculpem a repetição da frase “SEGURANÇA E COMBATE À CORRUPÇÃO” mas eu prometi que iria manter como está no original.

Então vamos lá, os números. Eu não vou procurar a fonte dos números pra não cair em uma guerra de narrativas; vou tomá-las como verdadeiras para analisar estritamente o conteúdo do documento. Indo por essa lógica, eu já posso dizer logo de cara que é bastante desonesto comparar uma guerra como a do Iraque com a situação do Brasil. O Brasil possui uma desigualdade social abissal e a violência aqui se dá de uma forma completamente diferente. Não dá pra comparar com uma guerra em que um dos lados matava pessoas como se estivesse jogando videogame (vídeo não indicado para pessoas sensíveis).

Lembre-se: temos a maior taxa de mortes de policiais do mundo e a polícia que mais executa pessoas também. Ambos os fatos são absurdos, sem exceções.

Sobre os estados, eu falo depois do próximo slide.

“CONTRA A ESQUERDA: NÚMEROS E LÓGICA”

• As armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser utilizadas para matar ou para salvar vidas. Isso depende de quem as está segurando: pessoas boas ou más. Um martelo não prega e uma faca não corta sem uma pessoa…
• EUA, Áustria, Alemanha, Suécia, Noruega, Finlândia, Israel, Suíça, Canadá, etc, são países onde existe uma arma de fogo na maioria dos lares. Coincidentemente, o índice de homicídios por armas de fogo é muito menor que no Brasil. No Canadá, são 600 homicídios por ano! Em Israel 110 e Suíça 40!
• Peguemos o exemplo de nossos vizinhos: Chile, Uruguai, Argentina e Paraguai. Um tratamento estatístico mostrará uma correlação inversa entre armas nos lares e homicídios!
• Já a Venezuela, que aumentou a restrição às armas da população civil, está com o dobro de homicídios do Brasil: quase 60 por 100 mil. Com 31 milhões de habitantes, matam 17 mil por ano! Seria como 120 mil homicídios no Brasil por ano!

Adorei esse slide, ele já começa com “CONTRA A ESQUERDA” hahahaha. Bem, então vejamos.

A primeira afirmação é verdadeira, claro; objetos não cumprem os seus objetivos sem uma ação de comando. A diferença é que o martelo e a faca (eu não devia mas eu ri quando vi a referência) não têm por objetivo principal matar.

A segunda informação também não está errada do ponto de vista estatístico; talvez só tenha faltado dizer que TODOS os países citados também possuem um nível de desigualdade social muito menor que o nosso, ou vai dizer que você preferiria morar num Brasil com armas a morar numa Suíça desarmada?

OK, vejamos as leis dos países citados na URSAL América Latina. A fonte é do Senado Federal:

  • CHILE: Uma lei de novembro de 2004 prevê prisão para quem porta armas ilegais e anistia quem entregá-las em delegacias.
  • URUGUAI: Posse é permitida, após curso sobre manejo de armas e legislação. São exigidos testes psicológicos e físicos, além de atestado de antecedentes criminais.
  • ARGENTINA: O porte, conforme a legislação local, só se permite a policiais e militares e, excepcionalmente, a civis cuja vida esteja comprovadamente em perigo
  • PARAGUAI: O porte é permitido, existindo restrições só para armas automáticas ou de guerra.

Vê-se que os caminhos não são tão diferentes assim dos que foram tomados pelo Brasil. A Venezuela não foi colocada em um tópico à parte por acaso; todos sabemos que as conversas se inflamam quando se fala de qualquer ação tomada no palácio de Miraflores. A lei do desarmamento venezuelana foi citada de modo tão vago que eu vou até deixar o link do documento original aqui pra quem quiser  estudar o caso.

Para os preguiçosos, eu dou uma resumida aqui: no tocante ao porte de arma, esse só fica totalmente proibido caso seu dono esteja drogado ou bêbado ou em manifestações ou locais públicos em que haja consumo de bebidas alcoólicas (artigo 10). No mais, as únicas armas proibidas são as não registradas.

“Artículo 1. Esta Ley tiene por objeto el desarme de las personas que porten, detenten u oculten armas de fuego de manera ilegal, a los fines de salvaguardar la paz, la convivencia, la seguridad ciudadana, y de las instituciones, así como la integridad física de las personas y de sus propiedades.

(…)

Artículo 3. Son armas de fuego ilegales las que no estén registradas en la Dirección de Armamento de la Fuerza Armada Nacional. “

Vou deixar que você tire suas próprias conclusões…

AIN MAS VC NAUM REFUTOU O NÚMERO DE MORTES NA VENEZUELA!!!!11!!

De fato não o fiz, lembra do que eu falei sobre a desigualdade? Então…

“VAMOS AOS FATOS”

Os 5 primeiros colocados no ranking de piora: Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará, Bahia e Ceará, são regiões que passaram a ser governadas pela esquerda ou seus aliados e onde a “epidemia” de drogas não foi coincidentemente introduzida.
Aliás, o avanço das drogas e da esquerda são prevalentes nas regiões mais violentas do mundo: Honduras, Nicarágua, El Salvador, México e Venezuela (onde há forte restrição à população ter armas).
O documentário NÃO menciona que a melhora substancial da Colômbia foi o resultado da derrota das FARC (que abertamente vive do tráfico de drogas). Além disso, as FARC participaram do Foro de São Paulo, fundado pelo PT e pelo ditador cubano. A verdade é que o número de homicídios no Brasil passou a crescer de forma consistente a partir do 1º Foro de SP, no início dos anos 1990.
Houve até “bolsa crack” em cidades administradas pela esquerda, como por exemplo em São Paulo.

Não causa nenhuma surpresa constatar que os estados citados pelo programa de governo de Bolsonaro têm várias outras coisas em comum: todos ficam no Nordeste, região que sofre com uma disputa de território por parte do Comando Vermelho e do Primeiro Comando da Capital, ambos oriundos do Sudeste. Alguém aí pode me citar ações concretas do ex-militar para conter o avanço do CV em seu estado? Não achei nenhuma aqui e me parece que 27 anos foram tempo o suficiente pra pensar nessas coisas, né não? Estes estados também figuram nada bem no Índice de Gini, um indicador que mede a desigualdade social. Associar essa ascenção do crime com os governos de esquerda é, pra dizer o mínimo, uma correlação espúria, assunto que você já viu em outro texto da série.

Esse “bolsa crack” citado é digno de uns pitacos e talvez seja a parte mais canalha do slide. Primeiro porque é praticamente jogado no slide sem contextualização, deixando a cargo do leitor fazer a associação que lhe convém. No caso dos bolsonaristas de plantão, vai ser a pior possível, por se tratar de um programa de governo associado à Prefeitura de São Paulo no mandato de Haddad. O nome disso é wishful thinking, o “pensamento desejoso” de que isso seja verdade. A canalhice ainda é maior quando a forma vaga da frase dá chance para a ambiguidade: a tal “bolsa crack” pode ser compreendida como um apelido ao programa “De braços abertos” – que visava ser um programa de redução de danos com oferta de moradia e emprego a fim de quebrar o estigma dos usuários – ou como uma fake news que rolou há algum tempo atrás. Vai da honestidade intelectual do leitor.

“VAMOS AOS NÚMEROS: ATLAS DA VIOLÊNCIA 2018 DO IBGE”

Esse eu tive até que printar que esse silde é praticamente uma vitamina de ódio dos tempos da guerra fria com o mais puro Tiozão do Zap!

Você que chegou até aqui já é bem inteligente pra saber que a relação não é verdadeira, então não tem muito o que comentar sobre essa parte, a não ser que o link informado no slide está quebrado e não leva a lugar nenhum.

Chega por hoje.

Esse texto é parte de uma série. Não deixe de ver os nossos outros textos sobre o tema:

Introdução
Parte 1: “O Brasil livre”
Parte 2: “Mais Brasil, menos Brasília
Parte 3: Estrutura e gestão
Parte 4: Linhas de ação
Parte 5: Mentiras da esquerda
Parte 6: Defesa nacional
Parte 7:  Saúde
Parte 8: Educação (EM BREVE)
Parte 9: Inovação, ciência e tecnologia (EM BREVE)
Parte 10: Economia (EM BREVE)
Parte 11: Economia 2 (EM BREVE)
Parte 12: Economia 3 (EM BREVE)
Parte 13: Economia 4 (EM BREVE)
Parte 14: Economia 5 (EM BREVE)
Parte 15: Agricultura e Infraestrutura (EM BREVE)
Parte 16: Energia, petróleo e gás (EM BREVE)
Parte 17: Tranportes, portos e aviação (EM BREVE)
Parte 18: O novo Itamaraty (EM BREVE)